domingo, 16 de setembro de 2012

Maria Santíssima, modelo de vida solitária e recolhida!

Acredito que muitos de vocês conheçam o site "Mulher Católica" (www.mulhercatolica.org) de Melissa Bergonso. Aos que não conhecem, recomendo uma visita para que possam conferir matérias de alta qualidade e espiritualidade, todas relacionadas ao quotidiano da mulher católica do século XXI.

O artigo abaixo pertence à linha da espiritualidade mariana, tema com o qual encontro muita empatia. Peço que confiram a matéria na íntegra pelo link http://www.mulhercatolica.org/2012/10/maria-santissima-modelo-da-vida-solitaria-recolhida.html

Melissa me apresentou - através de seu site - a Santo Afonso Maria de Ligório (eu nunca tinha lido nada a respeito dele antes de ler alguns artigos dela) e me impressionei muito com a profundidade de seus textos. Pois neste texto - conforme poderão conferir na postagem da senhora Bergonso - Santo Afonso fala de algo que muitas vezes nos esquecemos em Nossa Senhora: sua capacidade de se recolher através da solidão para um maior contato com Deus.

"Quem é esta que sobe do deserto... firmada sobre o seu amado?" diz Santo Afonso na abertura do texto postado no Mulher Católica. Pois esta é Maria que - nos dizeres de Santo Afonso - "amava tanto a solidão, que, sendo ainda criança de três anos apenas deixou seus pais e foi encerrar-se no templo."

Realmente, essa afirmação reflete o fato histórico da vida extraordinária de Nossa Senhora. Quando li "Vida, Paixão e Glorificação do Cordeiro de Deus" da Bem-Aventurada Anna Catharina Emmerich - uma das maiores místicas Católicas que se viu - encontrei logo no primeiro capítulo, no item 4. Infância de Nossa Senhora e seu desposório com São José o seguinte: "Maria tinha três anos e três meses, quando fez o voto de associar-se às virgens santas, que se dedicavam ao serviço no Templo." Nossos irmãos beiçudos - os protestantes - talvez por desconhecer fatos extraordinários como este não compreendem a grandeza da alma da Santíssima Virgem!

Em seu belíssimo artigo nossa caríssima Melissa também lembra do episódio do dilúvio, onde foi mandado por Noé para fora da arca um corvo, que não retornou. Posteriormente foi igualmente enviado uma pomba que - sem pousar em parte alguma - retornou com uma folha. Pois Santo Afonso através de uma comparação muito feliz coloca a figura do corvo como alguém que "se detém infelizmente a gozar os bens terrestres" (no caso Santo Afonso chega a ser um pouco tétrico ao colocar o corvo como alguém que se deparou a "comer cadáveres"). Em contrapartida, a figura da pomba nos leva a alguém que não se detém (ou se perde) em bens terrestres. No caso, Nossa Senhora seria 'a pomba celeste' e que reconhece em Deus o nosso único bem, a nossa única esperança.

Outro ponto do artigo que quero ressaltar é sobre as orações jaculatórias. Essas pequeninas orações que aprendemos quando crianças, principalmente entre as dezenas do terço, são exaltadas como uma maneira de se amar o silêncio e de se conservar sempre na presença de Deus por elas.

Aqui porém, não posso me furtar a reproduzir fielmente dois parágrafos e que são, na minha forma de ver, o fecho de ouro do artigo. A partir do exemplo de Nossa Senhora - repleto de enorme densidade espiritual - somos exortados a seguir três palavras: 'Fuge, tace, quiesce' - "Foge, cala-te e descansa". A conclusão do último parágrafo - também colocada de forma magistral - encaixa-se perfeitamente no Católico do século XXI. 

Espero que minha amiga Melissa não se zangue por esta cópia, mas creio ser impossível não fazê-la!

"II. Se aspiras à honra de ser filho verdadeiro de Maria Santíssima, deves aplicar-te com todo o cuidado à sua imitação levando vida retirada e recolhida. Imagina, portanto, que a divina Mãe te diz o que o anjo disse um dia a Santo Arsênio: Fuge, tace, quiesce ― «Foge, cala-te e descansa».

Foge: Segundo o teu estado, retira-te à solidão ao menos pela vontade, evitando as conversações inúteis, mormente com pessoas de sexo diverso. Cala-te: Ama o silêncio, que é chamado a guarda da inocência, a defesa nas tentações e a fonte da oração. Descansa: Repousa em Deus pelo exercício da presença divina; porque, como Deus mesmo disse a Abraão, este exercício é o caminho mais curto para chegar às alturas da perfeição: Ambula coram me, et esto perfectus (Gen 17, 1) ― «Anda em minha presença e sê perfeito».

Para imitares assim a vida solitária de Maria Santíssima, não é preciso que te escondas em alguma gruta ou no deserto; nem tampouco que deixes as ocupações do teu estado; porquanto é mais meritório trabalhar para Deus do que descansar para pensar em Deus. É todavia necessário que faças cada dia alguma, ainda que breve, meditação. E como a Bem-Aventurada Virgem conservava toas as palavras de Jesus Cristo em seu coração, comparando-as umas às outras (Luc 2, 51), faze tu também dos bons pensamentos, havidos na meditação, um ramalhete de flores, afim de refrescar durante o dia o espírito pela sua recordação."

Como mencionei na abertura do tópico, trata-se de um artigo de primeira qualidade e que merece ser lido!

Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Um comentário:

Melissa Bergonso disse...

Olá, Sr. Nelson! Salve Maria!

Fico muito feliz que o senhor tenha entrado em contato com Santo Afonso através do meu blog! As meditações dele são maravilhosas, são simples e muito profundas. Santo Afonso tem também um livro intitulado "Glórias de Maria", que é maravilhoso, não sei se o senhor já leu, mas se não leu, leia-o! É impossível não ter o coração inflamado de amor à Santíssima Virgem depois de ler o que Santo Afonso escreve sobre Ela!

Fica com Deus!
Em Cristo,
Melissa